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FRAUDE EM PROTOCOLO - MPE arquiva investigação contra promotor Mauro Zaque e requer apuração da conduta do governador e de ex-secretários
O
Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de
Competência Originária (NACO), promoveu nesta sexta-feira (06) o arquivamento
do procedimento investigatório criminal instaurado contra o promotor de Justiça
Mauro Zaque para apurar a suposta prática dos crimes de falsificação de
documento público, prevaricação e denunciação caluniosa no “caso dos grampos”.
A investigação foi instaurada com base em representação efetuada pelo
governador do Estado, Pedro Taques, logo após as denúncias da prática de
“barriga de aluguel” terem vindo à tona.
Na ocasião, o chefe do
Poder Executivo Estadual argumentou que Mauro Zaque, enquanto ocupava o cargo
de secretário de Estado de Segurança Pública, havia fraudado a numeração do
Protocolo Geral referente à denúncia da prática de interceptações ilegais
no Governo. Segundo o Ministério Público, depoimentos prestados durante a
investigação e laudo pericial realizado pela Controladoria-Geral do Estado isentam
a participação do promotor de Justiça.
“É cediço que o
Promotor de Justiça ora representado, Mauro Zaque de Jesus, não teria os meios
necessários, os conhecimentos específicos, e nem mesmo o acesso ao setor
reservado interno da repartição de Protocolo Oficial do Palácio Paiaguás –
Secretaria da Casa Civil (órgão diverso e separado da pasta então ocupada pelo
representado), para proceder as alterações discorridas no laudo pericial, que
macularam a integridade do Protocolo 542635/2015, conforme discorrido inicialmente
pelo representante José Pedro Gonçalves Taques”, destacaram o procurador-geral
de Justiça em Substituição Legal, Hélio Fredolino Faust, e o coordenador do
Naco Criminal, promotor de Justiça Antonio Sergio Cordeiro Piedade.
Conforme o MPE, ficou constatado
que realmente houve o cancelamento, a retirada dos dados originais e a inserção
de documentos estranhos no sistema eletrônico de protocolo, mas que foram
praticados por outras pessoas. Além de descartar a participação do promotor de
Justiça, na promoção de arquivamento enviada ao Poder Judiciário o MPE requer
que cópia integral dos autos seja encaminhada à Procuradora-Geral da República
para análise e formação da opinio delicti quanto à pessoa do governador do
Estado.
Foi pedido, ainda, a
remessa dos autos ao Naco Cível da Procuradoria-Geral de Justiça para apuração
de eventual ato de improbidade administrativa cometida em tese pelo chefe do
Poder Executivo, além da juntada de cópia ao inquérito policial conduzido pela
delegada de Polícia Ana Cristina Feldner para apurar eventuais atos criminosos
praticados pelos ex-secretários Paulo Cesar Zamar Taques e José Adolpho de Lima
Avelino Vieira.
Uma investigação no
Núcleo de Defesa da Probidade Administrativa e do Patrimônio Público para
apurar eventuais infrações civis praticadas, em tese, por servidores e
ex-detentores de cargos comissionados no Executivo Estadual também deverá ser
instaurada.
Fonte: Ministério Público de Mato Grosso


