Artigo
O que faz Araputanga ser “vibrante” aos sessenta anos?
Há alguns dias ocorrem eventos esportivos e shows, tendo em vista o aniversário de sessenta anos de fundação, da cidade de Araputanga, data celebrada hoje 23 de maio de 2023.
por – Sebastião Amorim – O dia 23 de maio de 2023 é especial para os araputanguenses, a cidade comemora seu 60º aniversário de fundação, tendo sua história marcada pelo trabalho, economia e toda sorte de soma de esforços de seu povo, fatores que desde sempre, proporcionaram o gradual desenvolvimento para chegar onde estamos.
QUE VENHAM OUTROS SESSENTA
Para celebrar a “juventude da sexagenária Araputanga”, o Poder Executivo Municipal, vem há alguns dias, promovendo eventos esportivos e um calendário de shows públicos programados, para divertir a população.
Fundada em 23 de maio de 1963, a cidade acolheu famílias que vieram de São Paulo, Goiás, Espírito Santo, Paraná, Bahia, entre outros estados da Federação. Em solo araputanguense esses migrantes desenvolveram principalmente a atividade agropecuária, criando animais para o corte, para o leite, e seus derivados.
A EVOLUÇÃO
Emancipada em 02 de fevereiro de 1981, o povo do município passou a tomar os destinos da cidade em suas mãos e, desde então, constrói seu futuro atendendo aos desejos e necessidades do próprio povo.
Com a redução e o quase desaparecimento do plantio e colheita das culturas do Arroz e feijão, outra atividade passou a fomentar a economia da população; ao longo da década de 1980 grandes mineradoras se instalaram em busca do ouro, promovendo novo ciclo que impulsionou o desenvolvimento da cidade. Aos poucos as denominações Ituiunópolis e Gleba Paixão, são substituídos; agora o nome da cidade se firma como Araputanga, surgem as Instituições financeiras, os Poderes Políticos passam a ser constituídos, a segurança se organiza, é criada a Comarca (Justiça, Ministério Público), etc.
EM UM QUARTO DE SÉCULO
Com a mudança de perfil da Cidade, no campo educacional, a antiga Escola Rural Mista de Gleba Paixão já não atendia à demanda. Em 1975 entra em funcionamento a Escola João Sato, logo em seguida em 1979 a Escola Dr. Joaquim Augusto da Costa Marques e, ao longo da década de 1990 a Escola Nossa Senhora de Fátima, as escolas particulares: Vida e Saber (hoje com atividades encerradas) e a Escola Padre José de Anchieta, com funcionamento ininterrupto até hoje. Em cerca de um quarto de século, o boom na Educação ‘deu novo passo’no ano dois mil, quando o ensino superior passou a ser realidade através da Faculdade Católica Rainha da Paz.
CARNE E LEITE, BASES DA ECONOMIA
Em 1975 um desconhecido sacerdote, de origem italiana iniciou seu trabalho de Evangelização, porém, sem saber ou imaginar, a população precisava que ele fosse além do altar, na pequenina Cidade. Empreendedor visionário ele conseguiu reunir pessoas em torno de seus ideais e, inicialmente fundou a Coopnoroeste, empresa que incentivou a formação de uma bacia leiteira na região.
Passado o ciclo da agricultura artesanal e o da busca do ouro por grandes mineradoras, a matriz econômica de Araputanga se firmou na pecuária; surgiu o primeiro frigorifico de abate bovino da região. Os recursos vindos das indústrias dos produtos da carne e do leite, somados à folha dos trabalhadores do setor público, passam a fomentam até hoje, as atividades comerciais, financeiras e de prestação de serviços.
A PADROEIRA
Movidos pela fé, oração e confiança em Deus, a comunidade se uniu. Embora seu nome seja outro, o sacerdote ficou conhecido como Padre Celso; logo ele pediu o desmembramento e criação da Paróquia.
Foi incrível e quem viveu aqueles tempos se lembra, como ele conseguiu adesão do povo e de colaboradores para construção da Matriz, um Santuário de arquitetura moderna, para onde, nenhum paroquiano poderia imaginar que teria diante de si, uma réplica da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, vinda especialmente de Portugal para ‘viver com o povo Cristão’, no novo Santuário.
O aniversário de Araputanga ocorre dez dias depois do dia da Padroeira, Nossa Senhora de Fátima, cuja festa popular se dará, neste ano, nos dias 03 e 04 de junho, depois das celebrações do Ofício e da Novena, que terão início no dia 25 de maio.
MONSENHOR PADRE CELSO
Não se pode falar do progresso de Araputanga sem descrever algo sobre o trabalho do Padre Celso, que ao longo de seu ministério recebeu da Igreja, o título de Monsenhor.
É verdade que em 1975 quando ele chegou, existia pouca coisa, porém, ele não perdeu tempo e fez a Comunidade ser viva, conforme o leitor pode constatar a seguir:
Da criação da Paróquia ao Mosteiro Nossa Senhora das Alegrias, das reuniões para formação da Coopnoroeste, à criação da Credinoroeste, instituição financeira que levou à formação da Sicredi, das Igrejas nos Bairros, ao Santuário Mariano no Centro da Cidade, da Escola de Oficina Mecânica, à Escola de Corte e Costura, do Barracão da Alegria, ao Centro Social e à Quadra Paulo VI, do serviço de Tipografia à Gráfica Osca, da Escola Padre José Anchieta à FCARP, dos Coroinhas aos Escoteiros Ondas Verdes dos Parecis, dos retiros espirituais ao encontro dos jovens, do Movimento do Cursilho passando pela Boa Nova, Movimento das Imagens, ao Encontro de Casais com Cristo – ECC, das quermesses nas Comunidades à Festa da Padroeira, das procissões com alto-falantes que funcionavam à pilha, ao Serviço de Alto-Falantes Bandeirantes e à Rádio Arco-Íris e, tantos outros que poderíamos continuar a citar.
Enfim, o povo de Araputanga que conviveu com o Monsenhor Padre Celso, sabe que ele foi uma benção para a Comunidade. Os mais humildes reconhecem o valor e a importância do trabalho que ele pôs em marcha, para o perene desenvolvimento da Cidade, visando ao surgimento de trabalho para as pessoas que por aqui vive, sem a fragmentação das famílias que precisariam buscar serviços em outras localidades.
Ainda hoje, depois que ele partiu para os braços do Pai Eterno, muitos são os que continuam a ser beneficiados pelos esforços do Padre Celso; quem acreditaria que entre as poucas coisas que trouxe, além da disposição para Evangelizar, estavam a mala com o Missal e a indumentária de sacerdote, o microfone com “aquele” pequenino alto-falantes à pilha e uma máquina de escrever portátil; e fez tudo o que fez.
Neste aniversário de 60 anos, os votos da Redação da folha de Araputanga ficam manifestos no desejo que somados os esforços de todas as pessoas que ocupam lugares importantes na estrutura social da Cidade, possam fazer em favor do próximo, pelo menos o mesmo trabalho do padre Celso.
Parabéns Araputanga e que venha os próximos sessenta anos; a posteridade contará como foram.
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