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TRIBUNAL ECLESIÁSTICO FUNCIONARÁ EM CUIABÁ

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FONTE

 

 

A Festa da Padroeira de Araputanga proporcionou a vinda até nossa cidade, de alguém que quase passou despercebido, mas, que nossa reportagem fez questão de ter uma conversa.

Dias 01 de 02 de junho, a Paróquia de Araputanga recebeu para colaborar nas celebrações, o padre Luiz Molento. Ele está fazendo um trabalho especifico aqui em Mato Grosso, criar o Tribunal Eclesiástico e, colocá-lo em funcionamento na Arquidiocese de Cuiabá.

Na oportunidade nossa reportagem teve uma conversa de seis minutos com o padre, momentos antes de embarcar para a Capital do Estado.

Folha de Araputanga – (FDA) - Como funciona um Tribunal Eclesiástico Padre?

Padre Luiz - A Igreja também tem Tribunais porque um Tribunal faz a Justiça e todo fiel católico tem direito de ser justiçado. Esse Tribunal ele trabalha só questões espirituais ele não trabalha questões de terras questões materiais, uma questão espiritual, por exemplo, que nosso Tribunal resolve são os casos de nulidade matrimonial. São tantos casais que infelizmente faliram no primeiro matrimônio, e que acreditam ou quase certeza ou acham ou tem lá desconfiança que o primeiro matrimônio não existiu, porque houve algum problema, um vício que não permitiu que ele existisse, então essas pessoas que estão nessa situação, de terem já tido um primeiro matrimônio e, gostariam de casar-se na igreja elas podem recorrer ao nosso Tribunal para que nós façamos uma analise primeiro, sobre o primeiro matrimônio da pessoa se foi ou não valido. Caso o primeiro matrimônio tenha sido invalido tenha sido nulo, então o Tribunal, ele encaminha um processo de nulidade. Praticamente esse é o trabalho assim, mais forte, que o nosso Tribunal vai realizar no estado de Mato Grosso.

FDA - Parece que a Igreja não gosta muito de tratar dessa questão nulidade no casamento, por causa da palavra de cristo, como a questão está sendo tratada?

Padre Luiz – Em Mateus 16, nós vamos encontrar Jesus falando que um casamento é indissolúvel, e ele fala, “Desde o inicio da criação Deus disse: façamos o homem à nossa imagem e semelhança, o homem deixara a sua casa se unirá à sua mulher, eles não serão mais dois serão um só, e o que Deus uniu o homem não separe”, porém, Jesus vai dizer no mesmo texto, esse casamento é indissolúvel caso tenha sido realizado na validade, quando não se realizou na validade esse casamento, ou seja, teve algum vício, nós chamamos no direito que não se permitiu que esse casamento seja realizado verdadeiramente, então todo fiel cristão ele tem direito de provar que o casamento não existiu, não é que o casamento vai casar-se novamente, não ele vai tentar mostrar pro Tribunal que na opinião dele o primeiro casamento que a gente chama de casamento ele foi nulo, porque teve um elemento importante que não cumpriu nele.

FDA - Alem de questões relacionadas a matrimônio o Tribunal analisa também o quê?

Padre Luiz – Questões judiciais questões de litígio entre fieis Cristãos, por exemplo alguém que levanta um falso testemunho, alguém que ofende gravemente ao outro, alguém que lesa espiritualmente e moralmente outra pessoa, então essas pessoas podem recorrer ao Tribunal Eclesiástico, para serem justiçadas.

 

FDA - Como é constituído um Tribunal Eclesiástico?

Padre Luiz – O Tribunal Eclesiástico tem a mesma estrutura e a mesma forma de um Tribunal civil, o Tribunal tem o Juiz-presidente tem os Juízes do colégio nós temos o advogado de defesa o advogado de acusação nós temos os que fazem o papel da pericia técnicos psicólogos médicos doutores nós temos o gratuito patrocínio que seria o direito que cada um tem se não tem dinheiro ou verba recebe a justiça gratuitamente então se agente for analisar a estrutura de um Tribunal Eclesiástico é a mesma estrutura de um Tribunal Civil na verdade um Tribunal Civil ele se estrutura do jeito que ele é graças ao Tribunal Eclesiástico e, o Tribunal Eclesiástico se estrutura do jeito que é graças ao Direito Romano.

Folha de Araputanga

FDA - Todos teem que ser padre, para compor o Tribunal?

Padre Luiz –   Não! Os leigos também podem ser juízes, os leigos participam como advogados, os leigos participam como notário, os leigos participam como peritos, então, aqui nós temos leigos e sacerdotes trabalhando juntos.

FDA - Qual o perfil do Padre Luiz Molento que vai constituir um Tribunal?

Padre Luiz –   Eu sou nascido numa cidade do interior de são Paulo, trabalhei muitos anos na África, como missionário, depois vim ajudar um bispo aqui no noroeste de Mato Grosso, a fundar uma Diocese, a Diocese de Juína, estive aqui, na Arquidiocese por doze anos, e agora pediram que depois de um estudo, de três anos em Roma, em Mestre em Direito, viesse para fundar aqui, esse Tribunal, no nosso Regional no Estado do Mato Grosso.

FDA - Quando entra em funcionamento o Tribunal ?

Padre Luiz –   Se Deus quiser o nosso Tribunal deve entrar em funcionamento a partir de julho, nos primeiros dias de julho.

FDA - Ate então qual era o Tribunal Eclesiástico da circunscrição que atendia Mato Grosso.

Padre Luiz –   Era em Campo Grande o Tribunal, no Mato Grosso do Sul.

                Após a entrevista, Padre Luiz Molento embarcou para a Capital de Mato Grosso.